sexta-feira, 9 de julho de 2010

Jogador Legendário Esquecido: Gheorghe Hagi

Hagi atuando pela Romênia
Hagi desde cedo demonstrava talento com a bola, sendo levado com quinze anos ao Luceafărul Bucureşti, escola para pessoas de talento excepcional. Entretanto, as precárias condições do lugar fizeram com que ele voltasse às divisões de base do Farul Constanţa, onde começara. Um ano depois, já estava em um clube da capital, o Sportul Studenţesc.

No Sportul, sua liderança e a facilidade em chutar com força ou precisão logo lhe levou à Seleção Romena. Com isso, passou a ser assediado pelos dois principais clubes da capital e do país, o Steaua Bucareste e o Dínamo Bucareste, principalmente após levar o Sportul a um vice-campeonato romeno na temporada 1985/86, em que foi artilheiro - já havia sido também na anterior. Hagi optou pelo Steaua, que havia acabado de levar a Copa dos Campeões da UEFA pela primeira vez à Romênia e ao Leste Europeu.

Hagi chegou ao clube do exército no início de 1987, a tempo de disputar em fevereiro Supercopa Europeia válida do ano anterior. Na ocasião, a Supercopa foi decidida contra o Dínamo Kiev, base do bom elenco da Seleção Soviética na época. Hagi logo mostrou ao que veio, marcando o único gol da partida. Em seu primeiro ano no time do exército, foi campeão romeno invicto, o que se repetiu nas duas temporadas seguintes. Poderia ter saído após a segunda, em 1988, quando recebeu oferta da Juventus, ansiosa por um substituto do recé-maposentado ídolo Michel Platini. A equipe italiana, em troca, financiaria a construção de um hospital. O negócio foi considerado "muito capitalista" e acabou negado.

Em 1990 atraiu olhares do Real Madrid.

Ficaria dois anos no Real, sem conseguir uma boa sequência de jogos. O clube merengue havia conquistado cinco títulos seguidos em La Liga e, com ele, acabou perdendo na última rodada, de forma frustrante: em uma boa partida, Hagi fez um gol e deu passe para outro em vitória parcial por 2 x 0 contra o Tenerife, mas a equipe das Canárias conseguiu virar a partida e o título acabou com o arquirrival Barcelona. Nos blancos, seu único título foi uma Supercopa da Espanha, ainda em 1990.

Em 1992, saiu pelas portas do fundo para a modesta equipe do Brescia, então na Serie B italiana, onde estavam seus compatriotas Florin Răducioiu e Mircea Lucescu (técnico). Com eles, o clube conseguiu o acesso à Serie A, mas acabou rebaixado logo na seguinte, a de 1993/94.

Após uma estupenda Copa do Mundo de 1994, retornou à Espanha, justamente no arquirrival de seu ex-clube. Entretano, também não conseguiu sucesso e títulos no Barcelona, não se encaixando no que o técnico Johan Cruijff queria dele: maior marcação defensiva. Assim como quando chegara ao Real, Hagi veio ao Barça com o time tendo emendado seguidas conquistas na Liga Espanhola, mas com os dois anos em que ele passou no time, ganhou apenas a Supercopa da Espanha no ano em que chegou.

Deixou o Barcelona em 1996 para jogar no então obscuro futebol turco, contratado pelo Galatasaray. Ali, voltou a saborear as conquistas em série que tivera no Steua e que lhe faltaram na Espanha: foram quatro campeonatos turcos seguidos entre 1997 e 2000, além do título mais importante de um clube do país: a Copa da UEFA em 2000, vencida nos pênaltis sobre o favorito Arsenal. Meses depois conquistou seu último troféu como jogador, a Supercopa Europeia. Novamente contra um favorito, nada menos que o Real Madrid.

O que fez pela sua seleção?

Hagi teria atuações redentoras na Copa do Mundo de 1994. Contra a favorita Colômbia, marcou um gol desferindo o chute a cinquenta metros de distância das metas de Óscar Córdoba. Nos EUA, demonstrou toda a sua liderança no elenco: cobrava as faltas, os escanteios e os pênaltis, sempre obedecido pelos colegas.

Também na primeira fase, marcou também na inesperada derrota de 1 x 4 para a Suíça, o único resultado vergonhoso; e nas oitavas-de-final, executou a Argentina, anotando o terceiro gol romeno na vitória por 3 x 2. Em um duelo equilibrado contra a Suécia, nas quartas, em um jogo cheio de alternâncias, esteve perto de saborear a vaga nas semifinais: os nórdicos fizeram 1 x 0 e os romenos empataram a dois minutos do final, virando a partida no primeiro tempo da prorrogação.

A cinco minutos do fim do tempo extra, os suecos empataram e a partida encaminhou-se para os pênaltis, onde eles foram os primeiros a perder uma cobrança. Hagi marcou na sua vez, mas o goleiro adversário Thomas Ravelli posteriormente defenderia as cobranças de Dan Petrescu e Miodrag Belodedici. Novamente, Hagi via sua Romênia cair nos pênaltis. Ainda assim, foi uma das revelações do mundial, sendo incluído na hipotética equipe que reuniu os melhores do torneio. Aos 35 anos, embalado com o título na Copa da UEFA com a zebra Galatasaray, despediu-se da Seleção após a Eurocopa 2000, onde novamente inspirou vitória sobre os ingleses. Nas quartas, a Romênia caiu ante a Itália.

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